Age of Mithology


Depois de ganhar fama com a série "Age of Empires", a Ensemble Studios investiu muito tempo em dinheiro para um grande projeto: deixar de lado a simulação histórica de seus jogos anteriores e criar um novo mecanismo 3D. O resultado desse esforço é "Age of Mythology", uma prova mais uma vez a competência da empresa.

Três dimensões

O jogo esteve em produção por mais de dois anos - algo que pode surpreender alguns, já que o novo título adiciona à fórmula de "Age of Empires" muitas das qualidades que fizeram de "WarCraft III", jogo de estratégia da Blizzard, um clássico. A primeira a ser percebida é a trama: o novo mecanismo 3D é utilizado para contar uma detalhada trama, pontuada por alguns heróis mitológicos em uma épica história dividida em dezenas de missões.

A Microsoft fez um trabalho competente na tradução do jogo (com alguns errinhos, mas ainda passável), mas infelizmente o mesmo não ocorreu com a dublagem. Muitos dos personagens não apresentam nenhuma inspiração, e falam de centenas de monstros mitológicos destruindo suas cidades natais como alguém lê uma lista de supermercado. A melhor parte é a documentação do jogo, que inclui um belo encarte colorido com todas as unidades, deuses, estruturas e informações necessárias. É uma pena que o manual não traga textos mais aprofundados como o enredo do game. O resultado disso é um jogo muito mais variado e atraente que os antigos "Age of Empires" - cuja repetição e falta de personalidade era um grave defeito.

Mas depois de passar pela casca do jogo, jogar o tutorial e deixar o deslumbramento da nova visão 3D para trás, fãs de "Age of Empires" vão se sentir em casa. A perspectiva da ação é praticamente uma recriação da visão 2D do game anterior. A câmera pode ser movimentada, mas o processo é tão complicado e desnecessário que provavelmente a visão vai permanecer a mesma por toda a aventura. Os gráficos e animações são extremamente caprichados, mas é uma pena que a perspectiva padrão não permita um destaque maior como em "WarCraft" - as unidades ficam com uma cara meio genérica, e às vezes até atrapalham na hora de encontrar um herói no meio de soldados comuns (felizmente, existem atalhos na interface para facilitar seu acesso).

Tenha fé

Apesar da semelhança visual, muitos conceitos mudaram nessa quase-continuação. Veja o caso dos recursos: apesar de comida, ouro e madeira ainda serem importantes (e gastarem muito tempo para a extração), o último recurso foi trocado por favor divino (traduzido como proteção). Cada uma das três culturas adquire isso de maneira diferente: os gregos precisam colocar seus aldeões para rezar em um templo, os egípcios precisam construir grandes templos, e os nórdicos devem entrar em guerra. Isso destaca outra diferença - as três culturas são totalmente diferenciadas e precisam ser controladas de maneira diferente. Outras diferenças incluem peculiaridades dos heróis, todas as unidades disponíveis e os deuses a serem adorados, assim como seus respectivos poderes.

Esse quarto recurso é usado não apenas para criar unidades mitológicas como ciclopes, mas também para desencadear a fúria dos deuses contra inimigos: chuvas de meteoros, enxames de gafanhotos, pedras que atraem animais - os milagres são ganhos dependendo do deus que seu povo escolhe para adorar quando você promove a vila de uma Idade para outra. Essa escolha não só adiciona variedade e estratégia ao jogo, mas também permite que jogadores conheçam um pouco mais sobre as divindades dessas três culturas.

Duas pequenas mudanças na fórmula do jogo, porém, adicionaram uma dimensão que deveria ser adotada por mais exemplares do gênero: aldeias e relíquias. Cada jogador tem um limite de unidades, que pode ser aumentado construindo novas casas. Só que cada um pode construir apenas 10 casas. Para exceder esse limite, é preciso dominar uma aldeia que se esconde em algum lugar do mapa. Também espalhado pelos territórios inexplorados estão relíquias que dão novos poderes à sua facção. A presença desses dois elementos serve como um ótimo incentivo para a exploração, e evita que o jogador fique se concentrando na criação de tropas - e, conseqüentemente, diversifica um pouco o modo multiplayer.

Diversão em grupo

O game traz um single-player excelente, mas isso não quer dizer que o multiplayer piorou. Pelo contrário: a Ensemble adicionou novas opções e rastreamento de estatísticas que tornam a diversão online ainda maior e mais acessível - e que promete fazer um sucesso parecido com o de "Age of Empires". Vale notar: é necessário ter um login do Passport (senha de Hotmail serve) para logar no servidor.

FICHA TÉCNICA
Fabricante: Ensemble Studios
Lançamento: 29/10/2002
Distribuidora: Microsoft
Suporte: 1-12 jogadores
Configuração mínima: PII 450MHz, 128MB de RAM, CD 4X, Placa 3D com 16 MB de RAM, 1,5GB de HD
ImperdívelAvaliação:
Imperdível

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