Skate 2


Quando a Electronic Arts lançou o primeiro "Skate" em 2007 o game deslanchou e fez sucesso graças a uma abordagem mais séria e realista do que a franquia "Tony Hawk", da Activision, vinha oferecendo ultimamente.

Tal feito foi alcançado principalmente por meio de um sistema de controles novo e diferenciado. Manuseando as duas alavancas analógicas do controle do videogame é possível posicionar o personagem de diferentes maneiras sobre o skate e assim criar truques de maneira rápida e intuitiva - ainda que truques mais complexos exijam certo treino e coordenação motora.

Um par de anos depois chega "Skate 2", continuação que não procura reinventar a rodinha de rolamento, mas traz boa dose de novidades - e uma parcela um pouquinho menor de falhas chatas.
Controles familiares, mas com novidades
O personagem principal é um ex-skatista profissional que acaba de sair da prisão (por conta de um crime não lá muito bem explicado) para encontrar uma cidade totalmente reformada após desastres naturais - aqui no caso, terremotos. O cenário é novamente San Vanelona, melhor dizendo, New San Vanelona cidade fictícia com características inspiradas na metrópoles de São Francisco, Vancouver e Barcelona.

A reconstrução é cortesia da Mongocorp., empresa que apesar da aparente bondade também proibiu que skatistas usem as ruas, calçadas, corrimãos e detalhes rebuscados dos edifícios como palcos para manobras e truques.

O leve enredo gira em torno então da tarefa de reerguer a fama dos skatistas em San Vanelona e, junto com o prestígio, ganhar novas áreas para se aventurar.

A mecânica de jogo se foca novamente na combinação de movimentos nas alavancas analógicas com os botões superiores do controle. Permanece o mesmo grau de intuitividade do game original: coloque para baixo e seu personagem se abaixa, para frente ele se inclina, para os lados pende para direita ou esquerda, sobrando os L e R superiores para agarrar a prancha. Segure para baixo e mova rapidamente para cima a fim de pular. Faça o mesmo movendo um bocadinho para o lado junto e sai uma manobra acrobática. E deste jeito ganha vida também todo o repertório de truques de "Skate 2", que inclui a variedade do primeiro acrescida agora de movimentos apoiados nos braços, plantando bananeira em rampas e coisas do tipo - os chamados handplants, no vocabulário do skate.

Os controles seguem a filosofia do "fácil de aprender, difícil de dominar", exigindo assim muito treino e persistência. Um problema é que a maior quantidade de manobras acaba resultando em movimentos muito parecidos entre uma e outra - então prepare-se para falhar injustamente em algumas missões só porque o jogo reconheceu errado sua combinação nas alavancas e botões.

Uma grande adição neste aspecto do jogo é que agora o skatista pode sair da prancha e andar livremente. Isso facilita no acesso a escadas e áreas altas de difícil acesso, a exemplo de prédios, o que por sua vez permite sonhar com sequências e saltos ousados para executar. Ainda nesta linha de ousadia, "Skate 2" introduz a habilidade de mover objetos do cenário: desça do skate, vá até o objeto, agarre-o e mova para onde quiser. Simples e divertido.

A animação e movimentação do personagem fora da prancha é ridícula e um tanto quanto desengonçada, mas em nenhum momento atrapalhará de maneira crucial. O que realmente incomoda é a física exageradamente realista. Basta um toque de leve em qualquer objeto rearranjado para que ele voe do lugar, ficando torto, feio e jogando seu trabalho pelo ralo. Pior ainda: vale o mesmo para seu atleta radical. Saltos milimetricamente calculados viram tombos patéticos e vergonhosos por que ele riscou de leve na pontinha do corrimão. Ou então você voa longe porque não viu o degrauzinho da calçada. Preciosismo demais, porém não lá tão frustrante já que os acidentes são classificados - uma nova opção chamada Hall of Meat, que depois até deixa ver os mais engraçados - e até se convertem em grana extra. Menos mal.
Online desequilibrado e divertido
Apesar do desenho totalmente diferente do mapa de San Vanelona, continuam existindo dezenas de desafios e missões, a grande maioria de estilos já conhecidos. Imite as manobras do desafiante, tire fotos para revista e outras tantas tarefas familiares. Como citado acima, os controles podem ser fatais na hora de realizar determinadas missões, mas o contrário volta e meia acontece: por oras o objetivo é cumprido sem você perceber - ou até sem realizar direito mesmo - graças a algum sistema de reconhecimento absurdamente tolerante.

Um ponto bacana é que o desenho da cidade é altamente favorável e instigante para a prática do skate. Tal qual muitas pessoas gostam de jogar "GTA IV" só para sair barbarizando pelas ruas virtuais de Liberty City, os becos e vielas de San Vanelona convidam você o tempo todo a improvisar um corrimão como grind e uma fachada de prédio com rampa ou half-pipe. Some a isso a possibilidade de personalizar ambientes com objetos (mesmo com o chato probleminha de física citado) e as possibilidades são numerosas. Não é um game que depende apenas das missões principais.

Aliás, isso se evidencia também nos pequenos filmes que podem ser gravados, publicados e compartilhados no site oficial do jogo - algo que já existia no game original. Aos vídeos se somam desenhos de logotipos para roupas e designs para as pranchas dos skates que você pode criar livremente e também dividir com amigos.

A comunidade online se expande ainda mais graças à inclusão de novas opções de partida, notavelmente algumas que exigem trabalho em equipe para vencer. O problema é que a filosofia de controle acaba gerando desequilíbrio: certos modos de jogo são fáceis demais e aí um jogador habilidoso pode carregar todo mundo nas costas, ao passo que outras ficaram absurdamente difíceis e até equipes de quase profissionais dos joysticks terão mais dificuldades do que seria desejável.

No aspecto gráfico as mudanças são pouco perceptíveis, limitando-se a animações mais suaves, texturas um bocadinho melhor definidas e construções mais complexas. Já a trilha sonora mantém a honorável tradição do gênero, brilhando com uma variada e eclética seleção de músicas pop e rock, incluindo até nomes de peso como Black Sabbath, The Clash, Judas Priest, Rage Against the Machine e até Dragonforce.

Video:



FICHA TÉCNICA
Fabricante: EA Black Box
Lançamento: 21/01/2009
Distribuidora: Electronic Arts
Suporte: Cartão de memória
Outras plataformas: PS3

Tamanho: 6.01 GB

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